A Prefeitura de Angra, por meio do Instituto Municipal do Ambiente (Imaar), realizou na manhã de terça-feira, dia 7, na Casa de Cultura, uma reunião para eleger os membros representantes da sociedade civil para o Conselho Gestor do Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, chamado de Parque da Cidade. Seis das 16 cadeiras que compõem o conselho foram preenchidas nessa eleição.

O Parque da Cidade abrange as partes altas de toda a elevação que domina o Centro de Angra dos Reis, com sua linha limítrofe passando sobre os morros da Carioca, Santo Antônio, Caixa D’água, Carmo, Peres, Glória, e da Cruz; seguindo também por cima do Encruzo, Enseada, Retiro, Ribeira, Vila Velha, Praia Grande, Bonfim e Colégio Naval. Como explica o Superintendente de Meio Ambiente, “O parque começa onde termina a área de ocupação urbana”, ou seja, ele ocupa o topo do morro do Centro de Angra. Com mais de 1.110 hectares, será uma unidade de conservação de proteção integral, estabelecida pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Os objetivos que levaram a gestão atual da Prefeitura de Angra a decretar, no fim de 2017, a criação do parque, se agrupam em três eixos centrais: preservação ambiental, controle do uso e ocupação do solo e a potencialização do turismo ambiental e ecológico. Ainda sobre o turismo, o Parque da Cidade busca atrair mais turistas para a área central do município, já que o projeto prevê a criação de trilhas, áreas de escaladas, pontos de voo livre, mirante e até alguns empreendimentos, como restaurante, por exemplo. Por isso, o parque é visto como um futuro gerador de emprego e renda no setor.

Dentre as diversas etapas previstas para a criação do parque, está a formação de um conselho gestor, que deve ser composto de forma paritária entre representantes do poder público (8 cadeiras) e da sociedade civil (8 cadeiras). A eleição de terça-feira serviu para preencher os quadros da sociedade civil. Seis cadeiras foram preenchidas. As outras duas, destinadas às associações de moradores do entorno, serão preenchidas no dia 21 de maio, também por meio de eleição, já que ainda não houve procura. É importante que as comunidades tenham representatividade na elaboração e implementação do projeto. As associações interessadas podem procurar a Superintendência de Meio Ambiente pelo telefone (24) 3368-4435.

Os eleitos da sociedade civil foram: no segmento de turismo, Angra e Ilha Grande Convention e Visitors Bureau (titular: Ulisses Lisboa Covas / suplente: Eufracio Cipriano Feitosa); no segmento de profissionais da construção civil, o Instituto dos Arquitetos Urbanistas de Angra dos Reis (titular: Alexandre Lucena / suplente: Ivana Torquato Libório); no segmento academia de ensino, a Universidade Estácio de Sá (titular: Cláudia Rodrigues dos Santos / suplente: Erika Machado de Almeida Campos); no segmento ambientalista, a Brigada Ambiental Municipal de Angra dos Reis (titular: Wanderson Edson da Silva / suplente: Ian Damasceno de Oliveira); no segmento de associação esportiva, o Grupo Ecológico de Voo da Ilha Grande (titular: Luiz Paulo Andrade de Oliveira / suplente: Marcos Antonio Ferreira Barbosa); no segmento das instituições de ensino em turismo e dos guias de turismo, a titular é Emília Gonçalves Hard, e a suplente é Ana Lúcia Corrêa de Araújo.

A parte no conselho gestor que cabe ao poder público não precisa de eleição, e os nomes serão determinados pelo prefeito, por decreto. Os setores membros são o Instituto Municipal do Ambiente (Imaar), a TurisAngra, a Secretaria Executiva de Assistência Social, a Secretaria Executiva de Planejamento e Gestão Estratégica, a Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Programa Comunidades Angra), o Instituto Estadual do Ambiente (Superintendência da Baía da Ilha Grande) e a Câmara Municipal de Angra dos Reis (Comissão de Meio Ambiente).

Nos dias 28 e 29 deste mês, com o Conselho Gestor já completo, será dada uma capacitação para os conselheiros, abordando tópicos como o que é uma unidade de conservação, quais os objetivos do parque, as funções dos conselheiros, dentre outros. “Pretendemos também absorver um pouco da visão de cada segmento e quais as expectativa de cada um deles sobre o parque”, acrescenta o superintendente de Meio Ambiente.

Já se encontra em fase de elaboração o plano de manejo, que é o estudo de implantação e administração do parque e que define vários aspectos, como traçado de trilhas e mirantes; estruturas de administração, de visitação e práticas esportivas; áreas a serem reflorestadas; atividades permitidas; e viabilidade econômica para sua implantação e manutenção. O superintendente ressalta a celeridade do processo de criação do Parque da Cidade, já que o decreto de criação previa três anos para o inicio do plano de manejo, que deve ser concluído já em outubro deste ano.